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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Desire IX,

“sex is the consolation you have when you can't have love” 
― Gabriel Garcí­a Márquez



Nesta minha relação com ele, que já tem quase dois anos - ainda que não seguidos - eu não me consigo lembrar dos meses em que estivemos longe um do outro. Sem contar com aquela vez em que eu me apaixonei a sério, e me desliguei da minha relação com ele por outro homem, não me recordo daquelas semanas em que não nos víamos. Não sei como é que isto é possível. Se contarmos bem todos os momentos que estivemos juntos, a distância continua a ganhar-nos. E ainda assim, mesmo quando faço um esforço de memória, para mim ele esteve sempre lá. Do meu lado. Para me aquecer a cama nas noites mais frias. Para me descobrir nas manhãs quentes de verão. Ele. Só ele. 
Por muito estranho que isto possa parecer, não sou uma pessoa muito dada. Não partilho o que me é de mais intimo com ninguém, ainda que confidencie com os meus maiores amigos, continuo a reservar só para mim uma boa parte dos meus pensamentos. Às vezes acredito que me tornei uma ninfa à custa dele. Foi ele quem me "pegou" o vicio, é nele que os meus desejos se centram. 
Ele, para quem já escrevi tantas vezes, quando a distância me impedia de falar com os movimentos, foi a primeira pessoa a quem dei tudo de mim. E apesar de eu ter crescido muito desde essa manhã cinzenta, ele continua a ser o único. 
Para mim, quando se trata do desejo sexual, não me atrai só a beleza exterior ou interior, apesar de ele ter tudo isso. O que realmente dita se vale a pena ou não apostar naquela pessoa é a forma como beija. Os beijos são como mensageiros do sexo para mim. E ele, ele beija como ninguém. A boca dele acabou por se tornar uma espécie de fruto favorito para mim. Quando estamos juntos, ainda que seja por breves momentos, ainda que estejamos rodeados de gente, só me apetece tocar-lhe nos lábios com os meus. É como se ele me tivesse dado um íman e tivesse guardado a outra parte dentro de si. 
Ele é inigualável para mim. Nunca mais consegui encontrar ninguém com quem me desse tanto prazer jogar. Porque nós, apesar de já ter passado todo este tempo, ainda jogamos um com o outro. É o que torna tudo tão interessante. O facto de ele ser tão difícil de obter quando eu o quero, ou o facto de eu me fingir desinteressada quando ele está desesperado por mim. 
Sempre acreditei em magia e penso que ela resulta da junção dos nossos corpos. Ele consegue sempre fazer-me esboçar um sorriso, mesmo nos dias em que só me apetece chorar; é capaz de me dizer que eu consigo tudo só com a intensidade do olhar. Não há ninguém assim nesta vida, por muito que eu tente procurar. 
Nem sei porque estou a escrever sobre ele agora. Se calhar por sinto falta das nossas noites juntos. Ou de ter alguém que me fale daquela maneira dirty-sexy como só ele sabe fazer. Ou então, só mesmo porque tenho saudades de me sentir confiante o suficiente para me entregar a alguém. 

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