expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Desire IV,


Faz hoje dois anos. Dois anos (nossos). Dois anos passados desde aquele dia. 
No dia 13 de Janeiro de 2012 eu estava tão nervosa que acho que tremia por todos os lados. Aquela foi a primeira vez em que eu segui a cabeça e não o coração. A primeira vez em que deixei que os meus instintos de carne falassem mais alto do que a tristeza. A primeira vez em que me senti desejada, sexy e bonita. 
Quando fui ter contigo, àquele sitio que continua a ser um dos meus favoritos, eu não sabia o que me esperava. Podia estar a sonhar demasiado alto e bater com a cabeça no chão com demasiada violência. Mas fui. Sozinha. Nervosa. E segura. 
Depois daquela conversa primária, tu fizeste aquilo que eu queria. Beijaste-me. E enquanto os nossos lábios se cruzavam e eu mantinha os olhos fechados, senti algo a nascer dentro de mim. Algo que até então me era desconhecido. Senti desejo. Mais do que desejo, senti vontade de te ter ali. 
Depois dessa tarde, veio outra manhã. E aquilo que era suposto ser "a one time thing", acabou por se tornar muito mais recorrente, muito mais urgente, com as expectativas para cada encontro a tornarem-se cada vez mais altas. 
Passaram-se dois anos. E eu e tu conhecemos-nos muito melhor do que naquela tarde. É como se agora já não sejam precisas palavras. Basta um cruzar de olhares, um gesto de mãos, para que cada um de nós saiba exactamente aquilo que o outro precisa. E se durante todo este tempo, eu achei que precisava de ti para me sentir viva. E recusei dar-me a todos os outros homens porque estava à tua espera. Porque a qualquer momento poderia receber um telefonema, uma mensagem, qualquer coisa que me levasse de novo ao teu encontro. E não me arrependo. Sei que foi isso que te deixou tão interessado tantas vezes. Aquele meu jeito inocente, o facto de saberes que eu só fui tua. Tua e de mais ninguém. Que foste primórdio em tudo aquilo que eu conheço. Que estás presente em cada movimento, que há uma marca tua espalhada por todo o meu corpo. É isso. Tu marcaste-me. Fizeste de mim tua propriedade. E eu deixei que o fizesses. 
Mas agora, depois de todo este tempo, e tendo em conta aquelas pessoas que acabaram por se infiltrar na minha vida e a quem me fui dando pouco a pouco, percebo que já não necessito de ti. E por muito que eu queira, por muito que tu me desejes, eu não posso continuar assim. Dois anos é muito tempo para se esperar por alguém como tu. 
Só queria estar contigo pela última vez. Poder dizer-te todas as coisas que sinto no coração desde que entraste na minha vida. Poder mostrar-te como me sufocaram as tuas ausências repentinas, como me magoaram as inúmeras vezes em que me trocaste por outra pessoa. Poder despedir-me de ti, sabendo que seria a última vez. 

Sem comentários: