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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Love XII,



16 de Janeiro de 2011:

« Pensei muito no que ia fazer neste dia. Decidi que não ia fazer nada. Nem presentes, nem visitas, telefonemas ou mensagens. Como se me tivesse esquecido. Mas não esqueci, nunca esqueço que hoje é o teu aniversário, e aprova disso é o facto de o escrever aqui (e sei que nunca cá vens ler).
É o dia do teu 19º aniversário e nada do que aquilo que eu possa tentar dizer-te será novidade. Ao que parece este vai ser o melhor aniversário de sempre, não é? Acabaste de ficar noivo, o que é sempre motivo de alegria para alguém tão apaixonado e inconsciente como tu.
Eu amava-te muito, sabes? Às vezes acho que ainda amo, apesar de a mágoa e a raiva terem preenchido quase todo esse espaço no meu coração destinado a ti. Mas sempre soube que te amaria sempre, independentemente de estar apaixonada por ti ou não.
Foste o primeiro homem em quem confiei, e ironicamente aquele me fez desacreditar tudo e todos. Eras o meu melhor amigo. Supostamente a pessoa que melhor me conhecia. E apesar de agora eu apresentar o J.C. como meu "bestfriend" não é a mesma coisa. Eu cresci ao teu lado, entre nós não existiam as barreiras, as vergonhas, os constrangimentos, os gozos. Era tudo fácil, natural. Nunca nada vai ser igual, e um dos meus maiores problemas é estar sempre a fazer analogias.
Apesar disso, acho que parei de viver no passado e aceitei o presente tal e qual como ele é. Fizeste-me tanto mal e tanto bem ao mesmo tempo. A nossa relação sempre foi tão antagónica como eu e tu. Mas acho que era isso que fazia dela a mais bonita de todas as amizades. E o mais puro dos amores.
Escrevi-te vezes sem conta nos tempos em que corríamos do mesmo lado do rio. Disseste-me uma vez que tinhas uma pilha de cartas, cartões festivos, fotografias e presentes em casa, dados por mim. Fiquei admirada por guardares tudo isso, apesar de saber que neste momento já nem te deves lembrar deles. O que mais me surpreende era a facilidade que eu tinha em encontrar palavras de conforto, carinho e ternura para te dizer. Eram palavras sempre sentidas, e raramente te escrevia a dizer que me magoavas ou me deixavas infeliz. As coisas mudaram tanto que agora acho que perdi todo o pilar que me ajudava a escrever-te com tanta fervura e alegria. Tu eras a maior fonte de inspiração da minha mente, e do coração também.
Sempre que te disse que eras uma das melhores pessoas que alguma vez tinha conhecido. Ainda penso assim, apesar de já não saber aquilo que fazes, ou o que pensas. Sinto-me impotente, percebes?
Não esqueço nada. Nunca vou esquecer. Os beijos longos e apaixonados, os abraços de conforto, as lágrimas na palma da mão, a nossa primeira discussão, os ciúmes, as festas, o facto de seres tão protector, a última vez em que conversamos sobre sentimentos. Não me esqueço do dia em que me disseste que me amavas e depois foste embora, para os braços dela. Ou da primeira vez em que te visitei. E muito menos de todas as vezes em que me partiste o coração.
Dei-te todo o amor que tinha para dar a alguém, fui-te fiel e devota durante anos a fio. Cheguei a um ponto em que te tinha dado tanto de mim e já quase nada restava dentro do meu coração. Dei-te a chave do meu peito e agora tirei-ta.
Disseste-me um dia: "Se gostas de palavras bonitas, não é de mim que vais ouvi-las". Estas não são palavras bonitas. São antes, letras sentidas, verdadeiras. Fica com elas e nunca te esqueças de mim.
Parabéns. »

Hoje, três anos depois, ainda não me esqueci. Continuo a felicitar-te baixinho. Apesar de já não te amar, nem tampouco viver na mesma cidade onde tu vives, mantenho ainda a promessa que te fiz: continuo a lembrar-me de tudo. Foste o meu primeiro amor. E o primeiro nunca que se esquece. 
Parabéns, B. Sê feliz. 

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