expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Carta aberta ao R,


Olá meu querido,

Não me respondeste ao último e-mail, e sei que há a possibilidade de não achares resposta para este. Rezo para que esteja tudo bem contigo, e sei que provavelmente andas demasiado ocupado para me escrever. Mas eu espero. Sou muito paciente, como tu sabes. E não me cabem no peito as saudades que tenho tuas. 

Fez na semana passada três anos que tivemos a nossa primeira longa conversa. O que significa que nos conhecemos há quase quatro. Para onde foi todo esse tempo? 
Lembraste, no meu primeiro ano, quando almoçávamos juntos todas as sextas-feiras? Sinto imensa falta disso. De correr para ti, mesmo sabendo que não gostas de abraços, de nos perdermos em detalhes, em conversas, em sorrisos. De me falares da tua paixão em relação às motas, da tua tartaruga, do cão que eu nunca conheci. E de te desabafar os meus problemas de coração, enquanto tu escutavas atentamente, e me dizias que eu não tinha categoria, tal como tu. 
Quando soube do teu acidente, fiquei destroçada e a roer-me toda para poder estar contigo. Por isso é que se calhar agora me lembro desses detalhes todos. Porque tenho medo que te aconteça alguma coisa. Porque não consigo imaginar sequer o que seria perder um amigo como tu. 
Estivemos juntos pela última vez há quase cinco meses. E eu penso em ti todos os dias. Se arranjares um tempinho nessa tua vida atarefada, por favor, responde-me. Pelo menos só para eu saber que está tudo bem. 
Um beijinho grande, de uma pessoa que te adora. 

C.

Sem comentários: