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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Love VII,



Quando se ama alguém, como é que se esquece essa pessoa? Como é que se apagam todas as memórias, todos os sorrisos, todos os beijos? 
Estive apaixonada duas vezes. E das duas vezes saí com o coração partido. 
O meu primeiro amor - ou o grande amor da minha vida - atirou-me ao abismo. Bati no fundo do poço e pensei que nunca mais me voltaria a erguer. Deixei de viver, para sobreviver. O mais difícil era vê-lo todos os dias, pensar em todas as promessas, em todos os carinhos, em todas os abraços. Achei que nunca mais voltaria a amar ninguém. Mas estava enganada. Comecei a lutar por mim, pela minha felicidade. Voltei a sentir-me viva. E foi então que conheci o meu segundo amor. 
É impossível fazer comparações entre os dois. O primeiro recebeu-me saudável, inexperiente, cega de amor. O segundo tirou-me um coração já remendado, mais experiente e céptico também. Mas era inevitável que mais cedo ou mais tarde eu deixasse de ouvir a cabeça, e passasse a pensar só com o músculo do peito. E inevitavelmente, acabei por me queimar. Desta vez, contudo, não me afoguei. Mantive-me à superfície do mar, ainda que com dificuldade, porque já tinha passado por aquilo. Já sabia o que me esperava se não lutasse, se me deixasse cair, como outrora acontecera. 
Hoje, nem um nem outro fazem parte da minha vida. E eu já quase não sinto a falta deles. Tenho pessoas que me preenchem o coração, que me fazem rir, que me dão todo o carinho do mundo. Não nego o facto de me poder voltar a apaixonar. Já não tenho medo. E se calhar até há quem me preencha a cabeça, quem me faça respirar mais depressa, quem provoque batimentos cardíacos mais acelerados. Mas é só isso. Não me vou voltar a atirar de cabeça, só isso. 
Já não tenho medo de amar. Já não tenho medo de esquecer. 


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