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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Love VIII,

“Sometimes you have to be apart from people you love, 
but that doesn't make you love them any less. 
Sometimes you love them more.”

Nicholas Sparks, The Last Song


Amanhã, depois de tantos meses. Amanhã, depois de já me ter esquecido de ti. Amanhã, vou voltar a estar contigo. 
Sinceramente, não sei bem o que me espera. Mas estou nervosa porque tenho medo. E o medo é essa coisa que eu detesto sentir. Não sei bem como te vou reagir. Se vou tremer, se vou sentir o coração a fugir-me para a garganta. Não sei. E o facto de me esperar o desconhecido não me agrada. 
Depois do nosso último encontro, em que finalmente me senti "livre" de ti, pensei que nunca mais te veria. Que o teu assunto, que se tornou proibido na boca dos que me conhecem, tinha morrido naquela manhã em que te virei as costas e te esfriei a cama. E quando me voltaste a procurar, naqueles meses de verão que me tornam mais carente, eu não senti nada. Nem amor, nem ilusão, nem sequer aquele ódiozinho de estimação que acabei por criar quando descobri tudo o que estava atrás da tua faceta romântica. 
Mas aceitei encontrar-me contigo outra vez. Não gosto de meias palavras e muito menos de meios actos, e quando te deixei nessa última manhã, sei que fugi um pouco ao nosso problema. E ontem, quando o teu nome apitou no meu ecrã, o meu cérebro bloqueou outra vez. Não estava à espera, muito menos sabendo que podias ter feito aquela pergunta a mil e uma pessoas. 
Depois daquela conversa estranha que as pessoas têm quando já não se vêem há muito tempo, veio a pergunta para a qual há muito tempo já te tinha dado a resposta. Mas tu és um homem igual aos outros e o sexo masculino tende a não perceber as entrelinhas das mulheres. Perguntaste-me se ainda estava zangada contigo. E eu respondi-te com a maior sinceridade possível. Disse-te que já tinha deixado de me importar parar me poder chatear. O que no fundo acaba por ser verdade, afinal, já há muito tempo que deixei de te amar daquele jeito que tu sempre conheceste em mim. Fui-me libertando aos pouquinhos das nossas memórias, como se elas me tivessem chegado através de um livro, como se aquelas duas pessoas que partilhavam tantas noites de segredos fossem apenas duas personagens de um filme; como se nada do que se passou tivesse sido real. Mas é como tu dizes: nós passamos definitivamente muitos momentos bonitos, momentos bons, momentos de entrega e de palavras apaixonadas. E momentos assim nunca se esquecem. Por muito tempo que passe, por muita mágoa que se tenha infiltrado cá dentro, essas memórias ainda estão dentro de mim. Porque para mim cada segundo do que tivemos foi real, ainda que para ti não tenha passado do jogo de um menino à procura de um porto seguro. Na verdade, foi sempre isso que eu fui, certo? Um porto seguro. Aquela pessoa com quem podias conversar sobre tudo pela madrugada adentro, a única pessoa que seria capaz de cuidar de ti quando adoecesses, aquela mulher cuja cama iria sempre partilhar contigo. 
E agora envergonhas-te dessas palavras que tanto me feriram o coração. Agora percebes que tudo o que fazes acaba por ter uma consequência. E eu deixei que me abrissem os olhos à realidade, caí do mundo cor-de-rosa que me tinhas pintado e bati com a cara em cheio no chão. E depois de me ter visto livre das tuas mentiras é que começaste a perceber que se calhar sentias a minha falta, que se nós nunca demos certo foi por tua causa. 
A minha vida deu tantas voltas desde que tu te foste que eu já não sei o que é ter-te nela. Não sei se alguma vez conseguiria sobreviver se te deixasse entrar de novo no meu coração. E por isso é que tenho tanto medo do amanhã. Porque vai ser decisivo. E eu não sei se estou preparada para isso. 

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