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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Adoro quando me falas assim,


Sempre fomos descomplicadamente complicados. Não pensava nisto há muito tempo, até me teres lembrado.
Desde que nos conhecemos que partilhamos um grande cumplicidade. Isso não é segredo para ninguém. Sabemos quase tudo um do outro. É fácil para mim ver quando estás realmente bem, quando os teus olhos brilham por algum motivo, e quando estás triste. Tem sido sempre assim. Partilhamos histórias, memórias, sentimentos e desejos. Desejos. Fantasias. 
Quase me tinha esquecido. Para dizer a verdade, não esqueci, mas também não me queria lembrar. Daquele mês. Daquela azafama. Daquela tentação. Daquela fantasia. 
Quando me voltaste a falar desse assunto, quase que senti que querias que voltasse a acontecer. Que as coisas que ficaram por fazer, as quais só a nossa cabeça pôde viver, pudessem ser finalmente feitas. Mas não podemos. Era tão fácil connosco, tão difícil ao mesmo tempo. É viver um dia de cada vez. Apreciar essas palavras que me sussurras e deixar-me levar pela imaginação. É querer e não poder. É sentir sem tocar. 
E eu derreto-me quando me falas assim. 

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