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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Love VI



Tenho pensado em ti, não sei bem porquê. Se calhar porque me sinto só. E contigo nunca estava sozinha. 
Lembro-me perfeitamente de como tudo isto começou. Na altura deixei-me levar pelo teu palavreado sedutor, ainda que, no inicio, te odiasse profundamente. Se tivesse confiado nos meus instintos tinha poupado o meu coração. Não me tinha iludido e, no final, não teria ficado desfeita, nem me tinha sentido um farrapo outra vez. 
Eu odiava-te. E quantas vezes nos rimos disso os dois. Odiava-te, mas não te consegui resistir naquele intervalo do Porto-Benfica. Odiava-te, mas não consegui negar-te a mão quando a procuraste. Odiava-te tanto que acabei por me apaixonar por ti. Abri-te as portas do meu coração. E tu mentiste-me. Traiste-me e usaste-me. E eu, cega de amor, não o consegui ver. 
Lembro-me perfeitamente do dia em que te foste embora. Da carta que te escrevi. De te dizer que ia sentir a tua falta. Do nosso último beijo antes de embarcares rumo a Inglaterra. E depois veio a verdade. Toda a gente me abriu o jogo e me mostrou o quão mentiroso tu és. Criou-se um buraco no meu peito. Chorei dias e noites a fio por tua causa. Voltei a odiar-te, mas desta vez por me voltares a atirar para o fundo do poço. 
Reencontramo-nos em Maio, na Queima. Não estava à espera de te reencontrar no meio de tanta gente. Pediste-me desculpa. Disseste-me que depois de mim não tinha existido mais ninguém. E eu não acreditei em ti. Tinha lágrimas a escorrerem-me cara abaixo. Ele, que consertara um bocadinho de mim na tua ausência disse-me que tu não me merecias. E que gostava muito de mim. Foi aí que eu percebi que estava na hora de te pagar na mesma moeda. Deixei que me levasses para casa, dei-te a chave do meu quarto. Quando me beijaste, não senti nada. Só nojo. Provoquei-te até ao último minuto. E depois deixei-te ali, a arder de desejo e sem me poder tocar. 
Acordei no dia seguinte, feliz. Levantei-me e deixei-te a dormir sozinho. Quando voltei, já lá não estavas. Foi a última vez que te vi, apesar de nos meses de verão me teres ligado várias vezes afim de me teres de volta. 
Não te odeio. Mas também já não sinto nada. Não preciso de ti, nem de nenhum outro homem para ser feliz. 
Chapter's over. 

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